domingo, 13 de março de 2011

Abstrações e outros devaneios (III)


Basta fechar os olhos para eu respirar em paz, porque no cerne da escuridão, mais do que rapidamente, minha memória (afetiva) me remete aos seus braços. O cheiro da maresia, de imediato, torna-se a minha fragrância corporal. Minhas mãos ficam mais leves, meu sorriso, por sua vez, se intimida – pela timidez. E o ritmo cardíaco em paridade com a mansidão espiritual. Isto é, um amor de corpo e alma. Um amor com beijo e abraço ofegantes. Pura finesse designa este amor puro, santo, profano, ingênuo, esperançoso, amoroso e sangrento – porque fere o peito de quem ama. Palavra tem força, sentimento tem vida, atitude tem conseqüência e amor tem esperança. A saudade que machuca, a paixão que entra em coma, os atos que não causam efeito e a vida conjugal que não se tem. A mente sadia, por vias de conseqüência, fere o coração ao relembrá-lo do fato inacabado. Porém este, a seu turno, avisa àquele que a sanidade (vital) orgânica entrará em declínio. E com os mesmos olhos enfermos de uma doce ilusão, volto ao estado de normalidade apedrejado por um breve momento fantasioso. Assim, caminho em silêncio...

(guilherme peruchi – treze de março de dois mil e onze)

sexta-feira, 11 de março de 2011

À minha morena


Quanta doçura, meu amor!
Fico sem juízo, corpo macio.
Encantado, natureza de flor,
em sonhos reais, amore mio.

Longe já és sublime, delícia,
mulher apaixonante, explico.
Deitada comigo, pura carícia,
despida, logo me identifico.

Sorriso mais que irradiante,
aquele que inspira o pecador
e destrói teu espírito errante.

Teu ventre tem todas as cores,
hei de eternizar teu lindo calor.
Beijo-te lá e morro de amores!


(guilherme peruchi – onze de março de dois mil e onze)

quinta-feira, 10 de março de 2011

Um pedaço de sinceridade


Expressão da qual induz uma bela tristeza
Jeito de me destroçar que fico encantado
Afeto feminino que leva o amor nas alturas
Enorme ardência nesta pele que me esfria


Perco-me quando nossas retinas se cruzam
A doçura do beijo seco conforta os amargos
Afogo-me nas águas da nossa transpiração
Peço silêncio durante uma noite para pecar


Semblante que traduz a carência que aporta
O beijo que aquece se iguala ao que fertiliza
Desejo insano de me lembrar do que não fiz


Prazer e solidão surgem com dor e liberdade
Nenhum iceberg perdura com nosso encaixe
O amor que esfola pede licença ao coração...


[Talvez eu seja o último romântico dos litorais deste oceano atlântico...]

(guilherme peruchi – dez de março de dois mil e onze)