quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Entre fantasias, doces e acasos


Lembro-me desta quimera revestido de morosidade. Uma loucura desmedida de possuí-la numa inconsciente dimensão. Alvejei-me despropositadamente por tua claridade epidérmica. Numa tentativa de libertar-me prossegui em letargia íntima. Ao que tudo indica não há nada previsto a ser sentido. Persevero por teus instintos primitivos com desejo inocente. As baixas temperaturas me aqueciam quando nos tornávamos um corpo só. Unimo-nos em pensamentos proibidos. Li entrelinhas libertinas regadas de carinho. As pretensões mais escorreitas se criam diante de panoramas improváveis. Parcimônia extirpo no descrever de doces alucinações. Eleita por acidente em minha mente o beijo mais quente que não se sente. Resguardo os agrados recebidos em termos de dormência. Estimo o caminhar por zonas ainda desconhecidas e bem quistas. Insurgir-me por tuas bandas me envaidece com todos acordes. Rosto de beldade que me conduz aos passos mais sensíveis neste pedaço de mau caminho. As amizades ficam mais coloridas quando colorimos o amor. Bebo do teu calor para que as nossas veias pulsem um amor à flor da pele. Intriga-me quanta afinidade no plano putativo. Sonhos se perfazem até o momento em que me torno teu doce preferido!

(guilherme peruchi – vinte e quatro de novembro de dois mil e onze)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Eu alfabetizo meu amor!


No decifrar de vozes indefesas, vocifero os ruídos mais ensurdecedores. Retiro o vestido que balança, germino as mais marcantes lembranças. O sorriso vem ao encerrarmos, eu não me responsabilizo pelos atos consentidos. No anseio de seio faço rodeio, saciado fico na fonte de vida feminina. Sedento por beijos libertinos, o pecado se purifica com a franqueza do entrelaço. Me escondo por querer aparecer, fixo moradia nas tuas planícies mais aconchegantes. Para tua saciedade eu te protejo, logo em seguida te prometo uma conversa amiga. No calor sem pudor sou fervor, os ventos antárticos se tornam indiferentes. Em tempos de frio eu te aqueço, meu encaixe lateral se rotula cobertor. Vivo perdido sem endereço, me localizo no centro da íntima umidade. Me perdoe por ser ácido sutil, veracidade exime castigo de quaisquer modalidades. Impiedoso seguro tua cintura, amarro teu cabelo bem cuidado e te conduzo. Bem sei sobre teus sussurros, tuas confidências jamais revelarei. Sobrevôo por tuas carências, eu amo a mulher pela qual me apaixonei!

(guilherme peruchi – dez de novembro de dois mil e onze)

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Faço as honras da casa



Abrem-se as portas do êxito lírico com autenticidade. No tapete da morada íntima se pisa de modo sincero. Havendo confiança se levantam as janelas do jardim. Desfazem-se as discórdias na lareira das remissões. Para um sono leve se cubra com lençóis de respeito. Destile coragem ao assumir os compromissos do lar. Conserva-se ardência picante na garagem do ventre. Suba degrau por degrau na escada do amor paciente. Se houver apagão acenda a luz com a luz do coração. O tributo de moradia se quita com a moeda da paixão. A amizade se torna alimento na cozinha de sentimento. Na estação mais gelada os dois corpos se tornam um. E na mais quente o refresco vem do beijo mais proibido. Na banheira de lágrimas morro afogado em saudades. Os alicerces se constroem com a chegada dos herdeiros. A flor do quadro mais bonito denuncia a mais encantadora. O nosso quarto anfiteatro dos espetáculos mais intimistas. E a nossa cama o palco do amor mais especial!


(guilherme peruchi | três de novembro de dois mil e onze)

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Extrato cardíaco


Situo-me no percalço do desconforto designado saudade. Soluço nas trevas da distância. Se vir meus olhos, verás um espelho ofuscado de pesar. Subo os degraus do amor dentro do teu calor, contudo, isolado padeço apaixonado. Os meus abraços estão enevoados, visto que passam frio na ausência de tua legítima detentora. Em abstinência, de modo similar, ficam os beijos órfãos da mais encantadora. Cor de trigueira, trituro o suspiro comedido do acordar nas nuvens. O paraíso do honesto desejo é ao teu lado, ao passo que a perdição é inerente ao estado feminino. Mais do que maravilhoso é me desencontrar no teu estremecer sonoro. Há propensão de que a onda afetiva nos afogue ainda mais na praia conjugal. A ruptura deste tormento aportará no advento do reencontro. Por um segundo sequer sigo sem senti-la me seguindo em são sentimento. Meu sonho mais enérgico se tornou factível. Usufrutuários somos do amor mais envolvente. As mais belas juras são devidamente concretizadas. Resoluto me encontro no fito de fazê-la sentir-se a mulher mais especial, porque no relicário do meu ser, guardei o melhor lugar para recebê-la enquanto amor da minha vida!

(guilherme peruchi – primeiro de novembro de dois mil e onze)