domingo, 27 de junho de 2010

Conjecturas que conspiram a nosso favor

Conjecturas que conspiram a nosso favor. Lágrimas que se despedaçam. Líquidos dos quais se reconstroem no sentido de nutrir mais um sorriso franco e surpreso. Solvente universal que nos ‘molham’ por completo. Compreende-se rapidamente o raciocínio. Bom, pelo menos é o que espero. Frisando-se que, genuinamente, viemos de um ato umedecido, naturalmente um ato de amor.

Passa-se eventual período de distúrbio emotivo. Acontece, às vezes. Apenas nos inquieta sabermos que este período sofrido há de perpetuar-se. Prantos nos cobrem nas sufocantes tentativas de fuga do intrínseco sofrimento. Claramente, padecer do excesso intuito de misturar-se completamente junto a alma feminina pode ser fatal, porém, ergo-me e sofro – assumidamente – desse mal.

É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi, entretanto busquei socorrer-me nas letras convencionais que nos acolhem nas horas mais precisas. Se há perspectiva de melhora, honestamente afirmo sem opressão que há. Por um momento me concentrei rogando ao Ser Supremo requerendo humildemente que não chovesse mais, pois nosso desejo mundano já nos satisfazia mais do que o esperado em termos de encontros iniciais.

Do nada, meramente ao acaso nos reencontramos. Sua alma me beija em tamanha profundidade que só de cogitar a inevitável saudade me desespero incontrolavelmente. Isto nada mais é do que sinonímia do amor se confortando. Ainda sinto seu cheiro e seu gosto em minha boca. Palavras alheias das quais comungo na íntegra, linda.

Corro, vejo-te correndo comigo. Caminharemos na estrada do sorriso. Sorriremos no céu dos sonhos que realizaremos de mãos dadas. A esperança amorosa renasce dentro das nossas essências espirituais mais maduras e consolidadas. Se me vou embora, choraste ti; se fico, ficamos num corpo só. Venha, mas venha sem fantasias e se perpetua se entrelaçando comigo.

Vamos vivenciar o ar mais puro dos oceanos apaixonantes que nos conduzirão ao estado mais leve no que tange a pureza de consciência e despreocupação com os problemas do mundo. Só nossa vida importará diante das adversidades. Sem censurar-me, terás meus apegos desmedidos. Tornar-me-ei cidadão do seu coração beijando seu peito esquerdo por dentro e por fora. Nosso amor que eu não esqueço e que teve o seu começo numa festa de São João!

(Guilherme Bastos de Peruchi – OAB/ES 16.878 – 27 de junho de 2010 às 14h18min)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Elementos para uma análise sofrida (I)

Por um breve momento achei que referia-se a mim, porém foi uma doce ilusão! Busco encontrar-me num desconfiado amor que insiste em  escapar pelos quatro cantos. Arde feito fogo respirar sua leveza feminina, queima ainda mais quando tenho a impressão que esforço-me em todos os sentidos e não vejo retorno lírico. Amizade, linda união entre seres propostos e propensos ao bem comum. Amor, linda união entre os amigos que se merecem!

Vida que segue. Refletindo o mal de amar demais, logo enxergo com clareza como as conquistas são interessantes e curiosas. O homem quer a mulher desejada, porém se não houver desejo recíproco, nada há. Inversamente, o homem desejado, ainda que desprovido de intenções íntimas, consuma o fato delitivo. Gozado, realmente. Pois é, este é o prazer humano, este é o mistério dos encontros: simples e complexo.

Francamente, no mais das vezes, acho bastante relevante todo processo de conhecimento: jurídico, familiar, lírico eticetera. Na mesma sintonia, saio devastado quando não logro êxito na demanda almejada. Sentimento confuso, intrigante, inclusive ingrato, talvez. Falo, porque se me calo, desço pelo ralo das águas desperdiçadas, do banho do qual proporcionei e não saí refrescado pela sensação sensacional de manusear planícies e planaltos feminino-corporais.

Num momento de imodéstia, pego-me sonhando acordado. Maravilhosa, eu acho. Mas a saudade virá depois, eu acredito. A solidão mora comigo, sendo que sua ausência me dá bom dia todos os dias. Esforço-me com cautela para meditar vespertinamente os mais delicados institutos jurídicos, mas esforço-me ainda mais para compreendê-la. Acontece que, novamente, resolverei esta questão: ponho-me a chorar, afinal em breve hei de reeguer-me perante o amor inusitado. Lágrimas que descem e coração que se regenera impulsionam a criação de renovadas energias boas.


Busco elementos com propósito de construir um sólido e novo amor. Será que é algo inconsciente? Pode ser, quiçá. E o beijo que mereço por questão de natureza, de justiça espacial, encontra-se no espaço: inerte, imaginável e somente abstrato. Por outro lado, se tenho acesso à esta divindidade, eu morro afogado em salivas de amor, de paixão, de intuito de prosperar, de desejo de morrer de amores, pequena!

Se houver, existo plenamente. Caso contrário, terei de me reconstruir, pois sentimentos líricos matam de angústia todo mortal que tem aversão a mesmice. Refuto a lógica de consumo do sistema econômico, pois as relações humanas caminham no sentido idêntico de descartabilidade. Compreendo com sensatez os desencontros. Em verdade, tento compreender, sabedor que dessa tentativa nada interferirá no mundo fático, pois no plano cardíaco, tu tens domínio pleno. Antecipe-se antes que eu pare de respirar definitivamente por questões de ordem lírica!

(Guilherme Peruchi – 24.06.10)


quarta-feira, 16 de junho de 2010

Nosso amor se imagina!



Adormecendo acordo nossa vida. Pequena, é intenso meu interminável bem querer. Aproxime-se mais do que já se encontra. Sim, venha, dando-me as tuas mãos, meu coração vai ao teu encontro beijando a tua alma feito um novo amanhecer de carnaval. Nosso sonho se concretiza, nosso amor se imagina!

Resguardo-me no sentido de não mais me comprometer com paixões ocasionais, contudo, basta reencontrá-la para deixar minha compostura suscetível. Pois bem, neste bem que meu bem me ocasiona, sem querer intencionalmente me deixo ser conduzido à vitimização lírica.

Raro é conhecer interessantes feminilidades. Acontece que hodiernamente existe pretensão que me tensiona por arder-me no desejo de adentrá-la espiritualmente. Somente apague os olhos, pare, sinta-me, deixe-me conduzi-la ao meu estado de perdição que há de alimentar nosso agressivo amor inocente.

Se me solto nos corredores mundanos, perco-me pisando em chão de letras promíscuas. Enorme atormento sinto no transcorrer desta direção literária, todavia, almejo íntima vida conjugal ao perfumar nosso amor com o calor que há, ou melhor, que está por vir a colorir meu dicionário que será perdoado no batismo de nossa celebração primogênita.

Leve, acalma-me por conduzir meus pensamentos aos melhores sentidos libertinos. Lindíssima, abandono minha complacência solitária para dar-te minhas mais puras esperanças de felicidade. Mais que demais, você é linda, sim! Sou firme, porém pesquisador das artimanhas ‘meninícias’. Mas saiba, nem quero entender teu propósito, porquanto me importa apenas derreter-me de amores.

Alucina-me todo este mistério que (ainda) nos separa. Flor mais apurada do bosque cardíaco deste construtor textual que preside o presente desabafo redacional. Faça rimas comigo, erre, acerte, tente, confraternize nosso sentimento, pois se nos dermos bem após o beijo derradeiro, hei de debruçar-me sobre desequilíbrios pecaminosos.

Acordar ouvindo tua voz me exigindo favores ao acaso é o melhor motivo de começar um entusiasmante dia de semana. Ouço, e de plano, lembro-te que minha vida sorri ainda mais quando te escuto delicadamente tocar meu coração. Quando enquadro teu semblante em minha corrente psíquica, censuro as mais pontuais terapias curativas, pois com tua imagem tenho sentimento de amor.

Descortino meu sincero apreço ao teu intangível retorno de carícias. Sonho em breve apreciar os mais distantes contatos labiais que ainda teimam fugir do predador mais legítimo para desfrutá-los. Persisto nas queimaduras inoportunas que busco superar em termos de amores infrutíferos. Desenvolvi insônia por pensar demasiadamente no modelo ideal de núpcias, entretanto, um samba de primeira regado a um bom vinho tinto seco com pouco traje há de nos trazer a mais precisa dilaceração íntima.

Entregue-se, assumo que não terás calor similar. Diga-me o que sente por meu afeto, mas seja franca, pois quando te vejo, logo pressuponho nosso amor em ebulição. Querer-me bem é o que quero quando hei de tocar as tuas mais proibidas cavidades que nasceram para eu tomar posse e propriedade. Silencie-se por um momento, afinal necessito mostrá-la uma corriqueira situação, qual seja, quando te avisto, de imediato agonizo e alguma coisa acontece no meu coração!

(Guilherme Bastos de Peruchi – 16 de junho de 2010)

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Soneto ao amor em vão

A um passo do precipício lírico
clamo-te por minha desventura.
Auxilie-me a não fazer loucura,
senão a morte traz-me suplício.

Defender-me dos males de amar
torna-se delicado sem antídoto.
No deserto de receio eu agonizo,
apenas teu beijo pode me curar.

Soluço minha morte derradeira,
vendo-te minha dama primeira,
Entreguei-te meu choro em vão.

Sepultem-me no leito de um rio
de janeiro extenso de luz e brio.
O amor matou-me do coração!

(Guilherme Peruchi - 07.06.10)