Recordando o amor verídico
Por volta de quatorze anos que soluço saudades líricas. Nos primórdios pessoais, padeci de forma inconsciente do deleite de gostar mais do que o convencional. Bom, há exagero no gostar, isto é sensacional. Sim, por um lado. Contudo, no avesso, recorro a presente narrativa que há de acompanhar-me enquanto a ímpar menina pela vida esvai-se. Saudade, pois é, hoje sei – sim, (de novo!) – o que é dor de verdade.
Puberdade, sinonímia de inocência maculada. Ergo-me no pleito do leito de tornar-me elemento sofrido no romantismo. Expliquem-me: há covardia maior do que o despertar de um amor puro sem a perspectiva de retorno? Deveras, sofro. Mistério da experiência empírica. Lamento, quiçá único caminho. Acontece, que não mais acontece. E justamente por esta dor, volto a sofrer por recordar-me a felicidade.
Distante presa que registra-se firme em minha concretude espiritual. Agora, doce doçura delicada, lacrimejo as teclas que homenageiam-te. Desequilibro-me ao pensar em nosso matrimônio. Devaneio possuo no retornar aos entretenimentos de W. Disney, porém desta vez, de mãos entrelaçadas, bem como compartilhadas, com um casal de pequeninos que insistirão por mais pop corn e refrigerante de cola, além das travessuras paternas que serão registradas fotograficamente pela inesquecível cortejada.
Baixa estatura, imensa ternura. Defino, ainda que timidamente, a fisionomia do meu amor querido. E adianto-te, sei que sabes que da mesma forma sou tua outra metade. Mas o tempo que machuca, é o mesmo que esclarece meu sentir real por teu espírito de mulher. Não desejo-te somente agora, agonizo nossa comunhão eterna. Branca menina de Santa Efigência, se tu retornares, hei de voltar a sorrir em paz.
Pois é, uma década e meia foram-se, e agora: que faço eu da vida sem você? Apareça! Antes que o suspiro derradeiro seja insuficiente. Deixe-me morrer, menina do horizonte mais belo de Belo Horizonte. Abra outra Bavária comigo em frente ao hotel praia linda. Foram apenas duas que fizeram-me declarar toda minha pureza de sofisticação lírica. Brindo à memória, pois sem você, a lembrança traz-me consolo.
Sistematicamente, efetuei ligações no último dia do mês de março para congratular teu dia mais especial. Falou-me uma vez apenas o teu número residencial. Pequena, e futura companheira, anotei mentalmente no mesmo momento. Sabemos disso. Todavia, por mais de dez anos realizei as chamadas de parabéns. Ou melhor, fui além, confeccionei cartas de amor de punho próprio com lápis faber castell nº 2, letra de forma, estilo Antônio Carlos Jobim – nosso maestro soberano –, na modalidade comum econômica dos correios, posto que o risco de não chegar a correspondência aumentava ainda mais a esperança do acréscimo do nosso franco sentimento apaixonante.
E do nada, perdi-me num labirinto sem saída. Cadê nossos contatos? Sumiram! É triste, viu? Muito triste! Eu lamento profundamente do fundo do meu coração. Só de pensar, sinto um vazio terrível que insiste em perturbar meu equilíbrio emocional. Sabe, escrevo-te na esperança de reencontrá-la. Relembro-te no sorriso da flor. Quero nossos meninos, quero você, minha menina. Teu sorriso é ímpar. Teus cabelos claros, e lisos, combinarão com a minha pegada que haverá de ser ainda mais precisa. Teu cheiro de mulher faz-me falta. Sinto-me amargurado de viver sem você. Mas como sinto amor, amor de verdade que perdura naturalmente, esperar-te-ei eternamente desejando a celebração do grande sentido da vida: o nosso amor verídico!
(Guilherme Peruchi - 21 de maio de 2010 às 04h23min)
7 Comentários:
O amor, o gostar, e, sentir falta: é simplesmente um sentimento transitório produzido pela mente.
Como sempre inspirador...
excelente como sempre mestre, carolzinha dever ser maravilhosa, pra deixar vossa pessoa com tanta inspiração, abraço brunto tonhao
Tipo tu escreve muito bem, conta de suas lembranças, isso faz bem para o seu ego, trás boas lembranças!
Acho que deve continuar escrevendo dessa forma, pois escreve muito bem!!
Parabéns
parabens mestre...mais uma vez vc se superou!!!
parabéns caro amigo!!!
Parabéns mestre, boa crônica
mestre, escrever nao da sal no bolso cunhado!
ratao
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