Elementos para uma análise sofrida (II)
Liberto-me do escuro do qual vivi mergulhado. Uma fase cíclica de tremores. Passeei por caminhos duvidosos, por terras e pessoas indignas de nota ou outra forma qualquer de real apreciação. Momentos esdrúxulos que surgem sem propósito e que, ainda assim, incomodam-nos por nos fazer sentir o quão medíocre é o espírito feminino desprovido de raciocínio, charme e personalidade original.
Refiro-me a questão da falta de identidade na pós-modernidade tendo como referência nossa maior presa. Damas das quais não mais refletem os tempos inalcançáveis que traduziam uma linda época em que a própria formosura de saia se dava ao respeito de se sentir conquistada. No presente momento, imagens estapafúrdias no álbum de fotos de mídias sociais prevalecem como produto de alguma (des)razão. Mediocridade mais desprezível!
Faltam expressões com a relevância da arte mais bela da mãe natureza. Superficialidades, diálogos vazios, futilidade aguçada, dificuldade – inclusive – em compreender, assimilando com clareza, este presente relato que denuncia a escassez de companheiras motivantes, excitantes, coerentes, originais e até mesmo não-descartáveis. Objeto automotor chamativo: êxito no tato corporal (ventre e/ou mama); conta corrente lisa: chora na cama (sozinho!) que é lugar quente.
Preocupei-me demasiadamente com a pobreza no romântico cardápio da bela criatura que tanto prezamos pela convergência de intimidades genitais. Faltam boas perspectivas no ‘mercado de trabalho’. Sobram frutas sem gosto, sem naturalidade orgânica. Vasto é o comércio de fragrâncias clichês, extensa é a circulação de love spell. Raro é um confronto linguístico com uma provocante interlocutora que enseja o rompimento do zíper masculino somente externando palavras em consonância com os mais belos pecados.
Por meio do inevitável amadurecimento cronológico, senti que sermos empíricos nos torna mais confortáveis. Leio os fatos cotidianos, pois a observação precede a escrita. Inadequadamente transferi o juízo de culpabilidade ao sexo oposto. Engano grave! Além de enxergar com facilidade que o verdadeiro propósito da vida é a busca do nosso mais puro equilíbrio emocional, sinto que depois que encontramos nossa identidade, e passamos a praticar somente os fatos que nos agradam, a clássica presa aparece.
Analisei elementos sofridos de um encontro salutar. Mais do que naturalmente, boas intenções conduzem à constituição de uma sólida e agradável amizade. E pesquisando detidamente nossos pensamentos, notamos que somos concretude do prévio exercício mental. Quando nos damos conta, repentinamente, escutamos nossa sinfonia cardíaca brilhar a atmosfera dos novos ventos: amo seu jeito e seu respeito por mim. Estou muito feliz!
(Guilherme Bastos de Peruchi – 05 de julho de 2010 às 03h32min)
5 Comentários:
Muito bom, que pena que faltam expressões com a relevância da arte mais bela da mãe natureza, mas as que expressam merecem todo o respeito e amor.
kkk, muito bom guilherme.
Mestre dos magos!! SENSACIONAL!!
Diferenciado
Ei Guilherme, longe de mim levantar bandeira do feminismo, acredito mesmo é que na verdade, vcs homens não estão sabendo lidar com as mulheres inteligentes, com as mulheres independentes, que realmente sabem o que querem e que sabem conquistar o que almejam, pq eu conheço várias que são exatamente isso q vc falou, "motivantes, excitantes, coerentes, originais até mesmo não-descartáveis" e muito mais, são bonitas, gostam de expor sua vida social pq afinal o elogio alimenta o ego e todo mundo gosta disso, são mulheres antenadas a tudo, que tem um gosto músical vasto, falam outras linguas, sabem cozinhar, são carinhosas, trabalhadoras, conversam sobre qualquer assunto por curiosidade e com autonomia. No mundo de hoje, "personalidade original" vem agregada de várias coisas, pois a informação é intensa. Talvez vc só esteja enxergando mulheres que estão em sua mitologia pessoal, (talvez seja esse o problema da insatisfação das pessoas, o comodismo de enxergar o conhecido.. "uma linda época em que a própria formosura de saia se dava ao respeito de se sentir conquistada" Uma mulher que tenha os atributos que vc esta querendo, provavelmente será uma linda dama capaz de saber o que realmente quer mas que jamais vai ficar sentada esperando o cavalheiro vir ao seu encontro, ela é bem resolvida demais pra isso o que não a torna desrespeitosa. Agora, chamar uma moça de presa, talvez demonstre que vc queira um animalzinho moldado e domesticado dentro de padrões estabelecidos pelos seus conceitos. Eu também poderia fazer uma série de apologias ao comportamento masculino para mostrar a vc o quanto estamos insatisfeitas com a espécie de "cavaleiros" que nos rodeiam, mas isso seria para criar polêmica, o que não vem ao caso agora.
Mas no mais, gostei de tudo que li por aqui!
um beijão
Lais
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