O pecado do nosso amor exige exclusividade!
Na coexistência do amor e ódio sigo sem saber os motivos pelos quais me conduzo. Nosso semblante traduz os sentidos desejados em tempos recentes. Quando encosto-me em nosso corpo único, de plano, prevejo a própria pequenina que virá legitimamente exigir um beijo de paternidade. Jamais hei de curvar-me diante da benção proferida! Aproxime-se encanto que me faz sorrir, seu apreço me faz sentir o gosto do imprevisto. Um beijo basta para sucumbir-me!
Desço para reerguer-me no seu pranto. Ouça meu acalanto soprar a seu favor. Ah se tu soubesses como eu sou tão carinhoso, e muito muito que te quero... E na sinceridade do calor previsto, escolho nosso encontro labial. Faça assim, porque prefiro nosso premeditado acaso. Num instante demorado, esqueço nosso tempo que ousou em atrapalhar-nos. Se lembro a nossa ardência oral, passo mal por incomodar-me com sua distância indigna.
Vou chorar sua ida, porque sinto meu esquecimento. Meus pensamentos almejam todo reencontro que insiste em ser eterno. Amargo sentimento que desde sempre abusei em ser nosso. Quanta perseverança observo no justo flerte que nos acomete. A claridade que assombra, traz o clarão que escurece. E foste um difícil começo, afasto o que não conheço e quem vende outro sonho feliz de cidade...
Somente de recordar-me, logo sinto todo martírio. Pensamentos prévios nos conduzem a saudade que brevemente retornará. Custa caminhar por seus devaneios que trazem crenças sólidas aos espíritos mais errantes. Se na luz mais obscura adentro sua fortaleza até então inatingível, faço questão de apagá-la, porque nesta perdição desmedida sinto-me mais do que beijado.
Quero esta ardência proibida que manifesta objeção. Quanto tempo clamei por seu doce contato sincero que mereci por sermos naturais. Sabemos interiormente, pois melhor, temos consentimento dos complexos sentimentos libidinosos que caminham paralelamente com nossos cordiais cumprimentos. Se avisto meu desejo exterior, logo fico encantado para chegar ao seu encontro e consignar todo meu apreço a sua pessoa que me contamina reprodutivamente.
Tempestades interiores se foram. Anseio nosso caminho deslumbrar-se. Peço calma aos vizinhos que reclamarão da nossa turbulência pecaminosa que denunciará toda sonoridade oriunda de nossos desejos mais reprimidos. Acalme-se, afinal entrego-lhe minha firmeza de sentir-me possuidor legítimo dos contatos orais mais aguçados que pude desfrutar. O pecado do nosso amor exige exclusividade!
(Guilherme Peruchi – OAB/ES – 16.878 – 09 de julho de 2010 às 07h52min.)
2 Comentários:
Guilherme Peruchi – OAB/ES – 16.878, muito bom como de costume, parou com a melação, cada vez melhor
abraço
excelente texto como sempre meu amigo, melhor a cada que leio! as vezes tenho que ler duas vezes até para entender a complexidade do uso da nossa lingua! grande abraço
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial