terça-feira, 24 de agosto de 2010

Soneto ao amor que nascerá

Calo-me por um breve instante,
sensato que a dor logo passará.
Tornar-me-ei seu justo amante,
saciada por inteira a flor ficará.

Por trepidações internas somos
todos reféns deste padecimento.
Desilusão: trevas do sofrimento,
doce acalanto do qual choramos.

Resolve-se dor de amor quando
há bilateralidade nas intenções.
Pretendente gentil vive paixões.

Do pranto inerte nasce a chama.
Censuro ausência de persistência,
homem verídico preza sua dama...

(Guilherme Peruchi – 24 de agosto de 2010)

Memórias de um amor antigo (II)

Solitário no mar da ilusão
Mergulho na sua lembrança
Tentadora de retirar-me a paz
Se aposso-me do ápice fervoroso
Admito que a fogueira do seu mexido
Ainda permeia pelo espírito errante deste
Confuso convicto da bela época que não volta
Mais pois foste um momento sublime de hormônio
Quem dera poder sonhar acordado abraçando-te por trás
Mas por outra banda ajoelhado com a face no alvo derradeiro
Ensejador desta uniforme intenção de trancafiar-me no seio do amor...

(Guilherme Peruchi – 24 de agosto de 2010)

Coordenadas preliminares

Visite meus pesadelos mais mágicos
Ande à vontade no meu emocional
Faça fantasias surreais no cotidiano
Dance o som dos suspiros ofegantes
Chore meu sorriso quando anoitecer
Coloque vestido no encaixe conjugal
Grite fisicamente quando me beijar
Inerte sou no mover de suas pernas
Apago seu fogo com meu semblante
Sua feição muda quando desapareço
Alegria reata se houver indiferença
Tristeza alimenta romances felizes
Saudade combustível à flor da pele
Química sensual aniquila a piedade
Recepcione-me na suíte do seu ser...

(Guilherme Peruchi – 24 de agosto de 2010)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Perfume singular do ato final

Navego por suas correntes salivares
absorvendo as impurezas da sua alma. 
A infeliz curiosidade surge na certeza
de ganhar beijos em cima e embaixo. 
Adormeço em sua comissão de frente
repleto de tristeza no fino degustar.
Desbravo seu ventre como inocente
ciente do caminho que não tem volta.
Na falta de seu relaxamento fico feliz
posto que te satisfaço mesmo de vez.
Deliciando-se por cima fujo por baixo
neste instante comungo sua santidade.
Movimentos lentos anunciam rapidez
olhares que se cruzam logo se perdem.
Cobertores de dores guardam o cheiro
de um perfume singular do ato final...

(Guilherme Peruchi – 23 de agosto de 2010) 

sábado, 21 de agosto de 2010

A pureza que contamina


Luz que me acende por se revestir do
amor que se perfaz nos meus sonhos
incontáveis motivadores do privilégio
singelo marcado em toda minha face.

Profiro a pureza dos nossos pecados
olhando nos seus mais bonitos olhos
ricos de sofrimento e carente de um
coração feito o meu que lhe ajudará.

Ajuste-se na minha certa perspectiva
raridade benevolência originada para
o versador que se derrete de vontade.

(Guilherme Peruchi – 21 de agosto de 2010)

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Assim que se faz

Beijo seu boca desejando sua superfície física que nos alucina em demasia feito os mais proibidos pecados dos quais sei que chamam atenção mas sou eu quem tenho acesso ao deleite que me dá leite assim que seu suspiro nos cria uma cria. Estou à disposição da sua pele rumo ao próximo passo que traduzirá a retirada dos nossos pudores morais na propícia exatidão do perdão que não haverá por causa do amor pressupor firme pegada na concretude do fogo que nos queima. Pode sorrir porque a sorte bateu à sua porta entrando sem pedir nenhum tipo de licença para oferecer-lhe o que até então inexistiu um sequer que pudesse dar conta do recado a ponto de fazê-la sentir-se com sede de se fazer mulher!

(Guilherme Peruchi – 20 de agosto de 2010)

Episódios de um encontro nada convencional (III)

Tempo frio, realmente algo atípico em solo veneziano. Hora do almoço, quebra-se o meio da semana, por um motivo mais do que louvável:

– Hoje quem paga o almoço é você, tá certo?
– Sim, para sua sorte, hoje tenho din-din vivo (risos).

Refeição saudável, relativamente rápida, inclusive com direito a surpresa ilustre de um amigo em comum que surge sempre do nada munido de objetos pessoais de autodefesa. Transeunte do qual, por óbvio, censurou um dos pratos que acima da mesa encontrava-se (claro!), com razão. Pós-comida:

– E aquele café famoso, cadê?
– Poxa, faço agora! Vamos?
– E como recuso? É difícil não aceitar.

O café é muito bom, porém o beijo derradeiro é sigilo indecifrável.

(Guilherme Peruchi – 20 de agosto de 2010)

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A arte de conduzir com maestria uma flor aos céus

Apostei no caminho da paciência e respeito, bem como soube desde cedo que era para ser. Concordei em esperar o tempo que fosse possível, deflagrando que seu retorno renascia paralelamente. Esperei na medida certa após alguns mimos literários. Foste uma doce menina como imaginei cogitando vencer.

Gosto do seu gosto que machuca minha intimidade que sofre horrores apenas de pensar que ficará certo tempo sem seu beijo. Insiste em tratar-me com carinho e calor sabedora que sou escravo jogado aos quatro cantos rogando que prossiga com seu beijo único. Logo que nos misturamos notei os novos tempos presente a nosso favor.

Mostrei meus desejos em torno dos seus olhos que não ficaram sem brilhar. Não haverá outro companheiro capaz de lecionar o exercício do que é o amor ostentando modéstia na arte de conduzir com maestria uma flor aos céus. Pode aproximar-se com intuito de definitividade fresca criatura objeto de sinceridade. Quero seu corpo inteiro acompanhado do seu espírito e da veracidade do seu coração!

(Guilherme Peruchi – 19 de agosto de 2010)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Memórias de um amor antigo (I)

Decorreu bastante tempo desde
O momento pelo qual nunca mais
Absorvi da excelência do seu amor
O silêncio trouxe choro inconsciente
Por mais tempo que pudesse imaginar
Se nos recordamos do velho sentimento
Presumo claramente não só foi muito franco
Como ainda carregamos as marcas de um amor
Com frescor do nosso calor perdurou na infinitude
Sorri em paz com as pazes feitas que pedem ainda mais
Para nos aproximarmos novamente ainda que por um breve
Tempo que nos mostrará como o tempo foi bom para revivermos
O que ficou na memória da alma e do pensamento em termos de desejo....

(Guilherme Peruchi – 17 de agosto de 2010)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Nosso amor se concretiza!

 Te ver de longe me fez sentir ainda mais saudade. Quando seus olhos vão ao encontro do menino que te merece o amor surge. A paixão chega pedindo licença aos amores que desconhecem o que de fato significa o verbo amor. Amores convencionais fiquem à vontade, porque não sigo seus parâmetros, afinal traço meus desejos conforme intenções próprias. O fogo que existe neste momento é o nascimento do beijo íntimo que está por vir.

Aconteço o amor porque entendo do fato. Não demore a comparecer ao homem que te merece. Meus protestos de carinho manifesto neste momento, posto que nosso amor será legendado nas estrelas que iluminarão nosso primeiro encontro íntimo-lírico. Fique em silêncio, conduzo o prazer com sapiência, tratando-se de matéria fervorosa, o amor fez questão de avisar-me que chegou o momento de apresentar-lhe mais uma vez a face do que é bom.

Do nada nos encontramos, provoquei nosso encontro, porém houve mais do que muito tempo para que nosso jeito existencial se encontrasse. A saliva que faço gosto de desgustar é o veneno que me motiva a levantar todos os dias ainda mais vivo. Quem me dera ter conhecido uma mulher quente assim ainda quando mais novo, fruto real do que sempre quis. Mulher minha, ofereço-lhe meu corpo na íntegra em termos de prosperidade reprodutiva.

A paixão chega do nada apunhalando-me num ato covarde. Como defendo-me neste martírio necessário. Menina mulher se tens dignidade convide-me a tirar as vestimentas num quarto escuro, porque somente assim serei capaz de mostrar-lhe a astúcia do adversário que foi provocado, bem como convocado, a iluminar seu caminho de perdição. Se faltar luz na sua empreitada, ofereço meus hormônios como diretriz de quem lhe convém enquanto mulher.

Estava perdido numa localidade sem companhia à sua altura. Linda morena, minha presença só engrandece sua própria essência. Contudo, a saber, do outro lado, beijo sua pele por completo, e sinto que a mulher que acompanho é escolhida. Agradeço as boas energias que nos cercam. O raciocínio faz nosso amor! Tudo bem, eu falo mesmo, adoro você de paixão apaixonada!

(Guilherme Peruchi – 06 de agosto de 2010)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O pecado do nosso amor exige exclusividade (II)

No prefácio da nossa canção, absorvo toda solidão que inexiste mais. A explosão do beijo que não se divorcia, ferve ainda mais perante os continentes mais gelados. Seu brilho encantador consegue perfumar até as tragédias cotidianas sobrecarregadas de lástimas. Os ventos gelados de agosto que cortam as montanhas mais altas, de nada servem diante do seu abraço que aquece minha pura incerteza de um dia ser saciado.

Caso não ganhasse seu coração, não me restariam dúvidas de que neste momento estaria destruído espiritualmente na rua da amargura. O tempo predomina na razão, assombra quando canto nosso amor numa acústica incompreensível. Contratempos passaram, pois a saudade fixou residência entre as nossas moradas. Os mais belos contatos corporais se encontram próximos, mas por outra banda, desespero aparece na calada da noite quando não há profundas respirações oriundas das mentes mais quentes que nos incendeiam dos pés à cabeça.

Estou sendo mesmo um menino muito mau. Só pode! Nem recebo sms, mesmo assim eu continuo gostando muito de você, minha gata-pequenina. Diante desse desencontro, fico em paz interior, porque no momento que esta pequena tiver consciência da química físico-espiritual que dispomos, virá rapidamente apreciar o brilho dos olhos meus que estarão em conformidade com seu semblante de menina completamente apaixonada que de fato está!

Jamais cogitarei a possibilidade de suportar poucas horas semanais sem nosso calor. A efervescência dos nossos beijos e acessórios consistem na queimação do pecado de entrosamento homem e mulher. Revestido de transpirações, beijos leves e profundos, mordidas amenas com arranhões similares numa escassez de vestuários.

As vozes que, no mais baixo tom, exigem um carinho facial mais arrastado próximo ao rosto, contato labial que maliciosamente vai descendo com sutileza de idas e vindas por toda região frontal que dá suporte as mais lindas mamárias internas protetoras do coração. Ainda que por fora – inicialmente – o carinho na posteridade assumirá o cargo de desbravador dos relevos profundos que portam as águas mais férteis e afrodisíacas. Banhar-me-ei nesta liquidez íntima, assegurando com conhecimento de causa, que serei batizado no amor. Resultado: amor, hoje tem!

(Guilherme Peruchi – 04 de agosto de 2010)