quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Nosso amor se imagina (II)

Acordando sonho nosso amor real. Inclassificável meu apreço. A sintonia entre ambos se tornou marca registrada. É sufocante estarmos distantes fisicamente por muito tempo. Um solitário coração que ontem almejava beijá-la a alma, hoje se mistura sutilmente a sua outra metade. O sonho se concretizou e a minha imaginação se tornou onda do mar do amor que bateu em mim!

Permaneço convicto no intuito de realizá-la plenamente. Flagrar seu semblante enérgico me convidando para lhe apresentar o que é o amor me provoca perfeita tortura emocional, pois, em verdade, desconsertado fico diante do íntimo sabor que construímos. Inexiste chance de reerguer-me em termos de vitimização lírica posto que pretendo permanecer no colo de quem me faz ferver assim que a cidade dorme.

Para conhecermos alguém interessante basta sermos também. Dessa forma, encontramo-nos em perfeita congruência espiritual. As diretrizes de um justo encontro conjugal surgem despercebidamente. De uma maneira bem simples, tudo acontece. Nervos à flor da pele é o fundamento primordial que regulamenta nosso sedento martírio de prazer.

Detido no seu corpo, encontro-me saciado por me alimentar da sua abundância hormonal. Toda vez que lhe rendo homenagens literárias, meu oxigênio se chama paixão. A paz que expiro advém do sentimento que inalo. Nosso amor possui cheiro próprio. Peculiaridades existem, porque existem sentimentos inéditos. No vocabulário do meu íntimo seu nome se chama amor da minha vida.

As cores da flor preenchem um quadro em branco que até então existia em mim. A beleza unicamente não mais justifica qualquer espécie de lisonja a pequena menina-mulher. Porque entendo que a formosura consiste a interpretação mais coerente para designá-la de modo propício. Jamais nos subestimamos, porém bastou nos tocarmos para o circo pegar fogo.

A dúvida que pairava no ar à época em que nos encontramos por esta existência não faz mais sentido. O construtor textual se sente bastante honrado por experimentar esta união ímpar que mal começou e já se consolidou. O jeito pelo qual sou conduzido por suas aptidões líricas me torna o homem mais privilegiado. Mergulhei na paixão que nos inunda de euforia com pretensões de não mais ficar submerso.

A brasa oriunda de nossa comunhão corporal se denomina fogo de saudade. Isto é, viramos cinzas na distância e chama quando convergidos. Implorei que se rendesse ao calor deste que ora se transporta em pensamento ao seu bem mais precioso, porque as ilícitas superfícies corporais das quais nasci herdeiro rogam a minha presença. Mais do que um eventual caso entre um homem e uma mulher: uma história de amor!

(Guilherme Peruchi – 16 de setembro de 2010)

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